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Mais pessoas começaram 2023 interessadas em adquirir um seguro para o seu carro. De acordo com o INDS (Índice Neurotech de Demanda por Seguros), a demanda por seguro automóvel em janeiro cresceu 2,27% na comparação com dezembro de 2022. O indicador mede mensalmente o comportamento e o volume das consultas na plataforma da Neurotech.
Segundo o Índice, na comparação mensal quase todos os Estados analisados separadamente apresentaram crescimento, com exceção do Rio Grande do Sul, (-5,56)%, e Paraná (-3,16). No top 3 de regiões que mais procuraram pelo seguro automóvel, o Rio de Janeiro ficou em primeiro lugar (8,41), seguido por São Paulo (5%) e Minas Gerais (2,41%).
“Alguns fatores explicam tal movimento, como a retomada, mesmo que lenta, do nível econômico das famílias brasileiras, o que consequentemente levou ao crescimento das contratações de produtos e serviços. Outro movimento que pode ter influenciado na demanda pelo seguro automóvel foi a valorização dos veículos usados, que afetou a tabela FIPE e reaqueceu o mercado de forma geral”, afirma Rafael Citelli, vice-presidente de Produtos & Analytics da Liberty Seguros.
Contudo, Citelli ressalta que um ponto de atenção para as seguradoras é que, apesar do crescimento na demanda, o movimento deve ser brando, pois ainda há resquícios do impacto econômico da pandemia na renda dos brasileiros. “Além disso, de forma mais macro, ainda vivemos em um momento de taxas altas de juros, que podem influenciar nas compras desses automóveis”. Segundo o executivo, ano passado a Liberty registrou um crescimento de 47% no seguro automóvel.
Para Luiz Padial, diretor executivo de Automóvel da Mapfre, outro fator que contribuiu para uma maior demanda pelo produto é a conscientização por parte dos motoristas sobre a importância de um seguro como proteção financeira em caso de roubo, furto, incêndio ou outros danos ao veículo, e também a importância dos serviços emergenciais de assistência 24h, como guincho e apoio em caso de pane. Em 2022, na comparação com 2021, a seguradora registrou no Brasil um crescimento de 14% em prêmios emitidos no ramo Automóveis.
Além da demanda pelo seguro automóvel ter crescido, o preço das apólices também aumentou. De acordo com o IPSA (Índice de Preços do Seguro Automóvel), da insurtech TEx, o valor do produto teve alta de 6,6% em janeiro, retornando ao patamar mais elevado de 2022. Com isso, o índice apresenta aumento de 15,7% no acumulado dos últimos 13 meses e na comparação com dezembro, sinaliza alta de 3,1% em janeiro.
Sobre a sinistralidade na carteira, Padial reforça que a atual retomada da circulação de pessoas próxima ao nível pré-pandemia contribuiu para um rápido aumento da frequência de sinistros em 2022 e início de 2023. “Outra razão para o crescimento no valor do produto foi a inflação, que aumentou o valor das indenizações, afetando o mercado de modo geral”.
Citelli ressalta também que nesse momento de maior demanda pelo seguro automóvel, é importante que os corretores de seguros orientem o segurado a buscar um produto com melhor custo-benefício de acordo com seu perfil. “Cada indivíduo vive um momento distinto, com diferentes prioridades, necessidades e até mesmo condições financeiras, além de buscar uma variedade de benefícios dentro de um mesmo produto. Dessa forma, uma boa estratégia é oferecer soluções flexíveis, com um custo-benefício melhor e que se adequem ao contexto de cada pessoa”.